A "CO-REDENÇÃO" DE MARIA



A Igreja tem ensinado há muito tempo a "Co-redenção" de Maria, entendendo o co, que vem do latim "cum", como aquele que "participa com", e não como outro igual. Isso já deixa claro que a única redenção de Cristo não é tocada. Chamar Maria de Co-redentora não toca nem de perto a redenção universal do Senhor Jesus.

A co-redenção deriva de sua maternidade divina, pois é a maternidade divina que a associa de forma eminente a Cristo, e essa associação ocorre ao longo de sua vida, esse vínculo estreito e único é retratado em Maria a partir de seu sim, de acolher Jesus e oferecer sua vida nessa missão.

Vejamos como o Evangelho nos ilumina. Primeiro, o Arcanjo expressa o desejo divino por sua maternidade e, em seguida, Simeão anuncia a paixão que ela sofrerá como resultado de sua maternidade. Por isso, penso que o próprio Arcanjo Gabriel não lhe fala da espada, mas, sim, Simeão, para que entendamos que de sua maternidade divina derivou sua participação singular na Redenção de seu Filho, unindo Sua Vida, Dor, Caminho, à Vida de seu Filho.

Assim, entende-se claramente que a participação de Maria na obra Redentora de seu Filho, é, sem prejudicar a Única Redenção de Jesus. Ela participa com seu sim, de forma eminente, mais do que qualquer um de nós. Se São Paulo sente que completa em sua carne os sofrimentos de Jesus, quanto mais Maria.

Então, como terceiro momento, aparece a entrega ao Discípulo Amado, João, na Cruz, aquela Mãe de Deus, aquela Co-redentora da Paixão de seu Filho, torna-se agora Mãe Espiritual. Por isso, na Cruz se abre uma nova dimensão de sua Maternidade, a Espiritual, na qual, Ela nos acolhe, os redimidos por seu Filho, como Mãe na ordem da Graça.

Se Maria nos é dada como Mãe Espiritual, é precisamente pelo seu papel Co-redentor como Mãe de Deus. Lá na Cruz, a mãe de Deus, está vivendo em sua alma, a dor de ver seu Filho morrer. Na Cruz, Cristo nos deu como Mãe, a quem já havia se mostrado Co-redentora por ser a Mãe de Deus.

Bênçãos...
Por Anwar Tapias Lakatt

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