Fátima: A história do corpo de Santa Jacinta Marto


Quando estive em Fátima, Portugal, uma guia turística disse que o corpo de Santa Jacinta Marto estava incorrupto. Fiquei admirada com a informação e fiz algumas perguntas, mas a guia não sabia nada além disso.

Estranhamente, quase não há informações detalhadas disponíveis sobre o corpo de Santa Jacinta, seja na internet, nos museus de Fátima ou em livros. Mas vocês já conhecem a nossa pá de ouro, que usamos para desenterrar as histórias mais desconhecidas do universo católico! Confira a seguir o resultado da nossa pesquisa.

A PRIMEIRA EXUMAÇÃO

Jacinta foi uma das três videntes de Fátima, e faleceu em 1920, com apenas 10 anos de idade.

A primeira exumação foi realizada em 1935, quando o corpo foi transladado do cemitério de Vila Nova de Ourém para o cemitério paroquial de Fátima.

Ainda no cemitério, o caixão de zinco foi aberto. Na foto abaixo, que registra o momento, o padre Ludwig Fischer observa o rosto aparentemente intacto da pequena pastorinha.

Apenas esse corte na altura do rosto foi feito, e ninguém verificou as condições do corpo (que, imagina-se, estaria tão bem preservado quanto o rosto).




A SEGUNDA EXUMAÇÃO

Depois de muita busca, finalmente consegui um relato confiável e rico em informações no aquivo do antigo serviço de notícias da Conferência dos Bispos Americanos (National Catholic Welfare Council - NCWC, atual Catholic News Service - CNS).

O relatório foi escrito por I. M. Kingsbury, que compareceu à segunda exumação em Fátima como representante da mídia oficial do santuário português, "A voz de Fátima".

O exame canônico ocorreu em 30 de abril de 1951, na presença de autoridades eclesiásticas e civis. Dois médicos foram os responsáveis pela perícia: Maximino Correia, Reitor da Universidade de Coimbra, e Hermani Monteiro, da Faculdade de Medicina do Porto.

Na foto abaixo (de Alipio da S. Vicente), vemos D. José Alves Correia da Silva ao centro e os pais dos pastorinhos Jacinta e Francisco à esquerda.



Kingsbury diz:

"Quando vi o corpo de Jacinta, estava deitado no caixão, totalmente exposto à vista. Muito pouco restou do tronco e dos membros inferiores, mas sua forma podia claramente ser discernida sob a cobertura de cal viva.
 "As feições de Jacinta ainda eram conservadas e, embora um tanto encovadas e descoloridas, podiam ser reconhecidas facilmente como as de uma menina."


Como está claro, do corpo da pequena pastorinha praticamente só restavam os ossos. Mas e o rosto? Permanecia incorrupto? Kingsbury esclarece: "A resposta parece ser negativa".




O fato é que, após a morte de Santa Jacinta, seu caixão foi hermeticamente selado, o que impediu que o corpo entrasse em contato com o ar e seus agentes deteriorantes. Isso, somado às condições climáticas, provavelmente possibilitou a extraordinária conservação do corpo.

Após a abertura do caixão na primeira exumação, as condições que isolavam o corpo dos agentes deteriorantes, obviamente, desapareceram. Ao entrar em contato com o ar, o corpo começou a seguir seu caminho natural de decomposição.

Hoje os restos mortais de Santa Jacinta, a pequenina a quem Santa Maria não poupou da terrível visão do Inferno, está sepultado na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Lá também estão sepultados os demais pastorinhos, Francisco Marto e Irmã Lúcia.

4 comments

  1. Excelente texto, parabéns 👏 👏 👏 Deus abençoe vocês pela pesquisa. Obrigado 😊

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  2. Agradeço,a Deus em primeiro lugar e asPessoas dignas de ter escrito por ter dado essa Oportunidade de esclarecer os Mistérios de Maria nossa Mãe!

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  3. Excelente Investigaciòn...felicidades..

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